Energia: Grande parte da electricidade consumida em Portugal pode vir da terra, dentro de 20 anos
27 de Maio de 2008, 17:37
Coimbra, 27 Mai (Lusa) -
Dentro de duas décadas, Portugal poderá produzir energia geotérmica suficiente para fornecer electricidade a grande parte do país, através de uma forma inovadora de aproveitar o calor da terra.
O projecto, hoje apresentado, é pioneiro em Portugal e baseia-se em sistemas geotérmicos estimulados, que permitem produzir energia eléctrica de forma renovável, limpa para o ambiente e praticamente inesgotável.
"Estamos a falar de 500 MW em dez anos, algo mais rápido e mais barato do que uma central nuclear", afirmou João Gabriel Silva, aos jornalistas.
O antigo dirigente da Quercus e actual presidente dos conselhos científico e directivo da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra (FCTUC) sublinha que "Portugal tem um potencial de produção de energia geotérmica enorme, capaz de garantir todas as necessidades energéticas do país".
O projecto envolve a FCTUC e a empresa Geovita, do grupo Patris Capital, que prevê investir meio milhão de euros só nos primeiros três anos - a fase de prospecção e pesquisa de uma área delimitada, situada na região Centro.
"Acreditamos que num horizonte de três a cinco anos, estejamos já a produzir energia eléctrica através do calor da terra", referiu Gonçalo Pereira Coutinho, presidente do conselho de administração da Patris Capital.
Se tudo correr como previsto, disse à Lusa João Gabriel Silva, "dentro de 20 anos, a maior parte da energia eléctrica do país será produzida através da energia geotérmica".
As unidades de produção geotérmica estimulada podem ser instaladas, "sem impacto ambiental, em praticamente todo o lado, e com baixos custos de investimento", acrescentou.
A diferença entre a produção tradicional de energia geotérmica e a estimulada reside no facto de, nesta, a água ser injectada a partir da superfície.
Ao ser injectada para um furo, que pode atingir cinco a seis quilómetros de profundidade, a água abre fracturas na rocha e espalha-se por zonas a 200 ou mais graus de temperatura. Evapora-se e sobe então à superfície, através de um segundo furo, alimentando assim o funcionamento de um gerador.
O projecto já mereceu parecer técnico favorável da Direcção Geral de Energia e Geologia, aguardando apenas autorização para o exclusivo de prospecção e pesquisa de uma área de 500 Km2, situada entre Oliveira do Hospital (Coimbra) e Nelas.
AMS.
Lusa/fim
in lusa
27 de Maio de 2008, 17:37
Coimbra, 27 Mai (Lusa) -
Dentro de duas décadas, Portugal poderá produzir energia geotérmica suficiente para fornecer electricidade a grande parte do país, através de uma forma inovadora de aproveitar o calor da terra.
O projecto, hoje apresentado, é pioneiro em Portugal e baseia-se em sistemas geotérmicos estimulados, que permitem produzir energia eléctrica de forma renovável, limpa para o ambiente e praticamente inesgotável.
"Estamos a falar de 500 MW em dez anos, algo mais rápido e mais barato do que uma central nuclear", afirmou João Gabriel Silva, aos jornalistas.
O antigo dirigente da Quercus e actual presidente dos conselhos científico e directivo da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra (FCTUC) sublinha que "Portugal tem um potencial de produção de energia geotérmica enorme, capaz de garantir todas as necessidades energéticas do país".
O projecto envolve a FCTUC e a empresa Geovita, do grupo Patris Capital, que prevê investir meio milhão de euros só nos primeiros três anos - a fase de prospecção e pesquisa de uma área delimitada, situada na região Centro.
"Acreditamos que num horizonte de três a cinco anos, estejamos já a produzir energia eléctrica através do calor da terra", referiu Gonçalo Pereira Coutinho, presidente do conselho de administração da Patris Capital.
Se tudo correr como previsto, disse à Lusa João Gabriel Silva, "dentro de 20 anos, a maior parte da energia eléctrica do país será produzida através da energia geotérmica".
As unidades de produção geotérmica estimulada podem ser instaladas, "sem impacto ambiental, em praticamente todo o lado, e com baixos custos de investimento", acrescentou.
A diferença entre a produção tradicional de energia geotérmica e a estimulada reside no facto de, nesta, a água ser injectada a partir da superfície.
Ao ser injectada para um furo, que pode atingir cinco a seis quilómetros de profundidade, a água abre fracturas na rocha e espalha-se por zonas a 200 ou mais graus de temperatura. Evapora-se e sobe então à superfície, através de um segundo furo, alimentando assim o funcionamento de um gerador.
O projecto já mereceu parecer técnico favorável da Direcção Geral de Energia e Geologia, aguardando apenas autorização para o exclusivo de prospecção e pesquisa de uma área de 500 Km2, situada entre Oliveira do Hospital (Coimbra) e Nelas.
AMS.
Lusa/fim
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