Antigos vereadores de Castro Daire negam envolvimento de empresa na campanha
– POSTED ON 28 DE JUNHO DE 2016
Dois antigos vereadores da Câmara de Castro Daire que estão a ser julgados pelo crime de peculato negaram hoje o envolvimento da empresa Sourcingest na campanha para as eleições autárquicas de 2005, nas quais foi eleita Eulália Teixeira.
Desde o início de maio que os antigos vereadores António Giroto e José Manuel Ferreira e a ex-presidente Eulália Teixeira estão novamente a ser julgados por alegadamente terem usado cerca de 25 mil euros da autarquia na campanha de 2005 para pagamentos à Sourcingest.
Os três tinham sido absolvidos em 2013 pelo Tribunal de Castro Daire, mas o município e o Ministério Público recorreram e o Tribunal da Relação do Porto mandou repetir o julgamento.
Depois de ter sido vice-presidente do executivo, Eulália Teixeira foi em 2005 eleita presidente pela lista do PSD.
Tal como Eulália Teixeira já tinha afirmado em tribunal, hoje também António Giroto e José Manuel Ferreira disseram que a Sourcingest não participou na campanha do PSD, que em 2005 foi organizada nos mesmos moldes do que em eleições anteriores e posteriores.
Os três foram também unânimes e sublinharam que foi o antecessor de Eulália Teixeira, João Matias (já falecido), que apresentou a Sourcingest como a empresa que iria realizar um estudo estratégico sobre os serviços da autarquia com o objetivo de os melhorar e que, efetivamente, foi isso que a empresa fez.
No que respeita à campanha de 2005, António Giroto contou que ele próprio se deslocou a Viseu para ir buscar um dos três carros alugados que depois percorreram as aldeias, tendo também elaborado as rotas diárias de cada viatura.
“Fomos nós que fizemos os ‘spots’, as gravações, os textos”, exemplificou.
Quando questionado se houve alguma interferência da Sourcingest, António Giroto respondeu: “Não houve, nem podia haver. Eu nunca podia pedir alguma coisa a quem desconhecia a realidade”.
Segundo o antigo vereador, a Sourcingest apenas fez o diagnóstico dos serviços da autarquia, tendo sido ajudada por técnicos superiores de várias áreas que ele próprio indicou.
José Manuel Ferreira também disse ter sido informado por João Matias de que a Sourcingest “ia desenvolver um plano estratégico” para a Câmara e que apenas participou em “algumas reuniões” de apresentação do trabalho que estava a ser feito, nas quais estava sempre o sócio da empresa Carlos Coelho.
Relativamente à campanha para as autárquicas de 2005, disse que não teve “diferença rigorosamente nenhuma” em relação às anteriores e às seguintes e que Carlos Coelho não esteve em nenhuma das reuniões de preparação.
Carlos Coelho devia ter sido ouvido hoje como testemunha, mas faltou com a justificação de que se encontrava em filmagens. A falta foi considerada justificada, mas a juíza indeferiu o seu pedido para ser ouvido por videoconferência, uma vez que “poderá ter de ser confrontado com elementos documentais”.
Assim sendo, Carlos Coelho será ouvido na próxima sessão, marcada para as 09:30 de sexta-feira, no tribunal de Viseu.
Noticia:Radio Lafões