sexta-feira, outubro 31, 2014

CM Castro Daire não pode contratar pessoal em 2015

Mapa: Conheça as autarquias que vão poder contratar em 2015
30 Outubro 2014, 15:05 por Bruno Simões | brunosimoes@negocios.pt
O Orçamento do Estado para 2015 estipula que só as autarquias que tenham um peso de gastos com pessoal nas receitas inferior a 35% é que podem contratar no próximo ano praticamente sem restrições.

Nessa situação, de acordo com os cálculos feitos pelo Negócios, estão 95 autarquias. O valor de referência para este cálculo são os dados de 2014, que ainda não é possível obter porque o ano não terminou. O Negócios pegou nos dados relativos às despesas com pessoal e às receitas de 2013 e aplicou-lhes a variação prevista no relatório do Orçamento do próximo ano - e que aponta para uma queda nas despesas de cerca de 10% e nas receitas de perto de 9%.

Considerando os dados de 2013, são 85 as câmaras que podem contratar por se encontrarem abaixo dos 35%. Tendo em conta que a evolução até final do ano pode alterar estas classificações, é possível que as autarquias que estejam perto dos 35% possam ultrapassar esta meta - tal como as que estão acima possam descer.

As autarquias que estão abaixo dos 35% podem aumentar até 20% da margem que têm até à meta estabelecida pelo Governo. Quer isto dizer que uma câmara que tenha 15% de despesas com pessoal (caso de Castelo Branco) pode aumentar a despesa até 20% dos 20 pontos que a separam dos 35% - uma vez que essa margem é de cerca de 8,5 milhões de euros, a autarquia pode aumentar os gastos em cerca de 1,7 milhões de euros.

Entre as autarquias com maior margem para aumentar os gastos estão, na sua maioria, grandes municípios e capitais de distrito. As contratações estão vedadas no Porto e em Lisboa.

Além destas autarquias, há um conjunto igualmente significativo de câmaras que vão também poder contratar no próximo ano, mas sem aumentar a massa salarial. São as câmaras que, apesar de terem gastos acima dos 35% das receitas, não estão endividadas. Isto significa que só poderão recrutar pessoal quando alguém sair - nomeadamente por aposentação ou por rescisão. Estas contratações têm de respeitar uma série de critérios, nomeadamente o facto de o recrutamento ser imprescindível.

Apesar de terem margem para aumentar os gastos, as câmaras que estão endividadas ou muito endividadas estão obrigadas a reduzir o pessoal, em 2% e 3%, respectivamente. É, por exemplo, o caso de Aveiro, que terá de cortar 3% do pessoal.

quinta-feira, outubro 30, 2014

O Castro em Cabril classificado como Sítio de Interesse Público

Castro do Cabeço dos Mouros em Cabril Classificado como Sítio de Interesse Público

Portaria n.º 903/2014
O Castro do Cabeço dos Mouros localiza -se a 484 metros de altitude, num esporão alongado, delimitado pelas ribeiras de Levadas e Tenente.
A sua implantação geográfica, marcada por encostas abruptas, com
estreita acessibilidade pelo lado noroeste, fornece condições naturais
de defensibilidade, as quais poderão ter constituído um móbil para a
ocupação antrópica deste espaço.
O sítio arqueológico encontra -se estruturado em plataformas escalonadas,delimitadas por duas linhas de muralhas, construídas com pedras de pequena dimensão argamassadas. Juntamente com os fragmentos cerâmicos recolhidos, estas estruturas parecem apontar para uma cronologia de ocupação que remonta à Idade do Ferro, perdurando durante o período romano.
A classificação Castro do Cabeço dos Mouros reflete os critérios
constantes do artigo 17.º da Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro, relativos ao interesse do bem como testemunho notável de vivências ou factos históricos, ao seu valor estético e técnico intrínseco, à sua conceção arquitetónica e paisagística, e à sua importância do ponto de vista da investigação histórica ou científica.
A zona especial de proteção do sítio agora classificado será fixada
por portaria, nos termos do disposto no artigo 43.º da Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro.
Procedeu -se à audiência escrita dos interessados, nos termos gerais do artigo 101.º do Código do Procedimento Administrativo e de acordo com o previsto no artigo 27.º da Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro.
Foi promovida a audiência prévia da Câmara Municipal de Castro
Daire. Assim: Nos termos do disposto no artigo 15.º, no n.º 1 do artigo 18.º e no n.º 2 do artigo 28.º da Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro, e no uso das competências conferidas pelo n.º 11 do artigo 10.º do Decreto -Lei n.º 86 -A/2011, de 12 de julho, manda o Governo, pelo Secretário de Estado da Cultura, o seguinte:
Artigo único 
Classificação
É classificado como sítio de interesse público o Castro do Cabeço
dos Mouros, em Crasto, freguesia de Cabril, concelho de Castro Daire, distrito de Viseu, conforme planta constante do anexo à presente portaria, da qual faz parte integrante.
20 de outubro de 2014. — O Secretário de Estado da Cultura, Jorge
Barreto Xavier.




terça-feira, outubro 28, 2014

Há quem diga por aí! 486

"Filho de peixe sabe nadar!"

Aos anónimos sem coragem que andam por aí:


"O rapaz de Cabril" não precisa de tacho!
Trabalha desde criança, e tem trabalho por mérito próprio!
Não precisa de bajular perante ninguém, pode criticar quando quer, e elogiar o que quiser! E não se esconde atrás do anonimato!


segunda-feira, outubro 27, 2014

Obras em Cabril 2014.

Este fim de semana tive oportunidade de conferir as obras que estão em andamento em Cabril.
 Pode-se dizer que estão em andamento as obras que mais servem os Cabrilenses, e que permitem um melhor acesso aos serviços básicos. A repavimentação das zonas mais criticas das estradas municipais tem um impacto positivo na vida das pessoas que as  têm de utilizar, quer para trabalhar quer para aceder aos serviços de saúde, educação etc. São das obras mais importantes para Cabril nas ultimas décadas. Quando se completar a repavimentação das estradas desde Sobreda ao Mosteiro, e do Mosteiro a Pereiró e ao Lodeiro, Cabril estará bem servido de vias internas!

Para complementar, estas obras, e as já realizadas anteriormente, como a praia fluvial, a requalificação do centro do Mosteiro, a colocação dos painéis de informação turística e até a iniciativa de promoção agrícola e gastronómica, Cabril D'Agosto, faltarão as vias de ligação externa! Falta a indispensável requalificação da Estrada Nacional 225, estrutura fundamental para permitir condições para que  se possa fixar população na freguesia, e fundamental para se potenciarem as mais valias turísticas disponíveis!
Sem a EN 225 em bom estado, será impossível cativar turistas para visitarem Cabril. Só com uma boa dose de aventura e de pouco amor ao carro se fará a viagem Castro Daire-Cabril, para quem vier do interior do país ou de Espanha,  ou Castelo de Paiva- Cabril, para quem vier da região do Porto ou do aeroporto, ou mesmo Arouca-Cabril para quem vier das regiões mais a Sul.
É louvável a realização destas obras, e das que tenho conhecimento que estão previstas, mas não se pode esquecer, e deixar de levar ao estado central, a necessidade da requalificação da EN225 , e para tal devem as autarquias locais trabalhar em conjunto.

domingo, outubro 26, 2014

quarta-feira, outubro 15, 2014

Isabel deixou os seus alunos - Noticia Castro Daire

Isabel deixou os seus alunos para ser colocada numa escola em que não tinha aulas para dar

Descobrir que tinha ficado colocada a 90 quilómetros, em Oliveira de Azeméis, foi um choque — por tudo o que isso implica.
Isabel Pinto foi colocada a 90 quilómetros de casa e não tem turma ADRIANO MIRANDA

Isabel Pinho teve de abandonar o agrupamento de escolas onde dava aulas há dez anos por não ter crianças que afinal existem e estão desde o início do ano sem professor titular. São 17 alunos que ainda esperam “a sua” professora, que o Ministério da Educação colocou a 90 quilómetros de casa, numa outra escola, que nunca tinha pedido uma docente do 1.º ciclo e não tinha turma para ela.
No Verão, Isabel ficou a saber que fazia parte dos docentes com ausência de componente lectiva ou, dito de forma mais simples, com horário-zero, sem turma. Acontece aos professores do quadro quando, devido à conjugação de muitos factores (como a quebra de natalidade, a emigração, as alterações curriculares ou a criação dos mega-agrupamentos) deixam de ter alunos a quem dar aulas. Neste caso, a causa próxima foi, mesmo, o possível encerramento da Escola Básica de 1.º ciclo de Reriz, do agrupamento de escolas de Castro Daire, onde já só ela dava aulas a uma turma única, que tinha crianças dos quatro anos de escolaridade.
Em Agosto, enquanto os pais de crianças daquela e de outras escolas do país protestavam contra o encerramento dos estabelecimentos do 1.º ciclo, a direcção do agrupamento indicou a Isabel que, “até ver”, tinha de entrar no concurso de mobilidade interna, para ser transferida para uma escola em que pudesse dar aulas. Ela assim fez. E, tal como ela, milhares de docentes. Ainda assim, nunca esteve plenamente convencida de que era uma inevitabilidade: "As crianças existiam, o encerramento da escola não fazia sentido, sempre acreditei que tudo se resolveria", diz, agora. Não imaginava que o processo de colocações seria tão conturbado.
O Conselho de Escolas, num documento, aprovado há uma semana, identifica, passo a passo, os actos e as omissões que terão dado origem aos problemas, sem poupar críticas. Luís Ferreira, director do agrupamento de Castro Daire, onde Isabel dá aulas, resume o caso assim: “Foi uma coisa nunca vista”.
Este ano, diz o director, “tudo se atrasou e no início de Setembro ainda o MEC estava a aprovar turmas, mas a plataforma electrónica que noutros anos permitia retirar do concurso os professores que entretanto tinham arranjado turma já estava encerrada e não foi reaberta”, conta.
A forma invulgar como, na noite de 4 de Setembro, os directores foram chamados a “salvar” os seus professores dos horários-zero não foi exclusiva de Castro Daire. No Norte, os directores das escolas receberam mensagens de telemóvel e e-mails dando-lhes duas horas para enviarem uma mensagem electrónica com os nomes. No Centro, os contactos foram feitos através de telefonemas e noutras zonas do país, a chamada nunca chegou.
Luís Ferreira sabe com precisão a que horas tocou o telemóvel. “Eram 23h35 e disseram-me que até à meia-noite tinha de mandar os nomes”, conta. Não mandou o de Isabel, mas não foi por falta de tempo. “Expliquei à pessoa que me ligou, da representação regional da Direcção-Geral dos Estabelecimentos Escolares, que estava convicto de que a turma a que ela dava aulas estava prestes a ser validada. A resposta foi que nem pensasse nisso, que só podia retirar do concurso as pessoas para as quais tinha certeza absoluta de ter turma. E isso eu não tinha”. No dia seguinte, no entanto, precisamente "às 11h57", o MEC informou, através de uma outra plataforma informática, que a turma da EB1 de Reriz sempre estava aprovada.
“Nem duas horas depois”, Luís Ferreira enviou o e-mail para o endereço que lhe haviam dado na véspera, explicando a situação e pedindo para retirarem Isabel Pinho do concurso. Tarde de mais, como descobriram o director e a professora quando as listas de colocação saíram, no dia 9 de Setembro, a três dias do início do prazo para as aulas começarem.
“Descobrir que tinha ficado colocada a 90 quilómetros, em Oliveira de Azeméis, foi um choque – por tudo o que isso implica em termos familiares, já que o meu marido também dá aulas longe e temos filhos de 12 e 14 anos. Mas também por saber que estava a ser deslocada quando os meus alunos, dos quais seis têm este ano exame, estavam sem professor”, conta Isabel. O choque maior estava, no entanto, para vir. Quando ligou para a escola em que ficara colocada, a reacção foi de espanto: não tinham pedido qualquer professor do 1.º ciclo. Devia apresentar-se, mas ali, sim, estaria com horário-zero.
Isto foi há mais de um mês. Isabel Pinho, entretanto, reorganizou a sua vida. Para minimizar o aumento das despesas procurou pessoas que dão aulas em Oliveira de Azeméis. São cinco e cada uma leva o automóvel uma vez por semana. Encontram-se em Tondela, à ida, e quem leva o carro a partir dali faz a ronda pelas escolas a deixar as colegas. No regresso a casa fazem o mesmo, mas ao contrário. No novo agrupamento, arranjaram-lhe funções: está numa escola básica, a dar apoio a alunos com dificuldades.
O director do agrupamento de escolas de Castro Daire não desistiu de telefonar e de enviar mensagens para o ministério pedindo que Isabel Pinho regresse à escola e ainda não pediu substituto. Com a concordância dos pais das crianças, colocou no seu lugar uma professora que aguardava a reforma e que só esteve na sala de aulas cinco dias. Seguiu-se-lhe uma professora destacada em Castro Daire por doença, que não pode ser titular da turma, mas aceitou deslocar-se a Reriz todos os dias até o problema se resolver.
Luís Ferreira quer "acreditar que Isabel Pinho ainda regressa ao lugar que é seu” e desespera por que o MEC “ao menos diga se sim ou não” para, se for caso disso, pedir um substituto. Isabel conta que é isso que diz aos pais dos alunos, que lhe telefonam “regularmente, para saber como estão as coisas”, que “espera voltar”. “Mas já nem sei se acredito: a cada dia que passa é mais difícil ter esperança de que isto se resolva”, diz. 
Este será um caso extremo, mas não único, de problemas na colocação de professores dos quadros. O Conselho de Escolas e a Federação Nacional de Professores têm denunciado situações de docentes que foram retirados do concurso por terem (alegadamente) componente lectiva, o que depois não se confirma, pelo que continuam com horário zero; e outros em que o pedido de retirada do concurso não foi atendido, apesar de as escolas terem componente lectiva para lhes atribuir.