quarta-feira, junho 30, 2010

Câmaras vão controlar o fecho de escolas

«« "A ministra da Educação, Isabel Alçada, e o presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), Fernando Ruas, assinaram ontem, terça-feira, o protocolo-chapéu que servirá de modelo para a reorganização da rede escolar do 1º ciclo.
“Estão criadas as condições para que os municípios possam defender os seus interesses”, afirmou ao JN o vice-presidente da ANMP, António Ganhão.
O secretário de Estado da Educação, João da Mata, “acabou por aceitar” as reivindicações da Associação, alega o responsável da ANMP - ou seja, o encerramento das escolas é decretado se houver “respeito pelas cartas educativas; mediante parecer favorável do município; financiamento da rede de transportes escolares; e desde que as escolas de acolhimento, tenham melhores condições”.

O fecho de escolas, com menos de 21 alunos, tem suscitado protestos de autarcas, professores e pais, o acordo permite aos autarcas contestar o fecho, mas desde que fundamentem essa discordância com determinadas “situações de impossibilidade”: “inexistência de salas de aulas e espaços para refeições nas escolas de acolhimento” e se a deslocação for superior a “um tempo adequado” (que não está definido no texto).
O acordo começa por sublinhar que a actual reorganização da rede continua o processo iniciado em 2005; face a isso e à construção de 600 centros escolares, “cerca de três mil escolas de reduzida dimensão por todo o país”, devem encerrar - sendo que 2500 foram fechadas na anterior legislatura; e o Governo, recorde-se, tinha anunciado a intenção de fechar 500 até Setembro e outras tantas durante a legislatura.

A lista de escolas que não vão reabrir em Setembro só ficará definida nas negociações entre as direcções regionais de Educação e os municípios." »»

Alexandra Inácio

IN: jn.sapo.pt

Todos contra encerramento de escolas no distrito de Viseu

«« Os presidentes das juntas de freguesia de Calde e Boaldeia mostraram-se ontem preocupados com o eventual encerramento de escolas nas freguesias que lideram. Durante a reunião da Assembleia Municipal de Viseu, os autarcas lamentaram que a medida avançada pelo Governo – fechar as escolas com menos de 21 alunos – vai “acabar com as aldeias”.


António Neves, presidente da Junta de Freguesia de Boaldeia, foi uma das vozes de descontentamento, afirmando que se a escola local encerrar – actualmente com 16 alunos – “as pessoas deixarão de ver vida em Boaldeia”. O autarca lembrou que ao se avançar com esta medida, os alunos terão de ir para outra freguesia. “Gastámos dinheiro na requalificação do edifício, os alunos têm condições. Se encerrarem a escola, as crianças são tiradas do seu ambiente natural”, sustentou.

O receio de António Neves foi igualmente salientado pelo presidente da Câmara de Viseu. Fernando Ruas sustentou que a reorganização da rede escolar tem “critérios perfeitamente discutíveis e questionáveis” e que as propostas “têm de ser apresentadas pelo Ministério da Educação ao município que tem a obrigação de as analisar ponderadamente”.

“A legislação produzida nos gabinetes ministeriais tem carácter genérico, não atendendo a situações específicas das comunidades locais, nomeadamente dos municípios do interior do País e, se não for devidamente aplicada, pode gerar situações de injustiça, incomodidade, desconforto e de claro prejuízo para essas comunidades”, disse o autarca social-democrata.

No concelho de Viseu existem 20 escolas com menos de 21 alunos, cinco delas com número inferior a 10 crianças.



Manifestação

O protesto pelo não encerramento de escolas ganhou ontem nova forma com cerca de 300 pessoas a protestarem em Viseu. Alunos, encarregados de educação e professores juntaram-se às vozes que estão contra o “abate de escolas” e a constituição de “mega agrupamentos”. Uma manifestação promovida pelo Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC).

Professores, pais, avós e alunos de vários pontos do distrito onde as escolas do 1.0 ciclo do ensino básico podem vir a encerrar concentraram-se no Rossio e deslocaram-se até ao governo civil.

Nas mãos levavam cartazes com inscrições como “As nossas crianças precisam de escolas nas suas aldeias”, “Abater uma escola é fechar uma aldeia”, “A melhor escola é a que fica perto do colinho da minha avó” e “Mega-agrupamentos - juntar escolas para despedir pessoal”. “Fomos entregar ao senhor governador civil duas mil assinaturas de tomadas de posição de oito concelhos do distrito de Viseu onde estas questões estão mais agudas”, explicou aos jornalistas Francisco Almeida, do SPRC, aludindo aos municípios de Mangualde, Sátão, Vila Nova de Paiva, Castro Daire, Santa Comba Dão, S. Pedro do Sul, Vouzela e Oliveira de Frades.

Francisco Almeida criticou que o Ministério da Educação (ME) não esteja a negociar a constituição de mega agrupamentos, contando que nem aos directores e aos conselhos gerais das escolas pergunta opinião.

Preocupada com a possibilidade de encerramento da escola de Prime, Viseu, onde estuda o seu neto, estava Maria do Rosário, de 72 anos. “Vou levá-lo todos os dias de manhã e buscá-lo todos os dias às cinco e meia, mas sinto-me feliz por ir lá levá-lo e buscá-lo àquela escola que é tão antiga”, contou, acrescentando que se a escola fechar não poderá continuar a apoiar o neto.

Também o presidente da Junta de Mamouros, Fernando Felício, fez questão de participar na manifestação, para tentar evitar o encerramento de uma das duas escolas da freguesia, que tem 11 alunos. “Vai trazer problemas para as crianças, que deixam de ter o apoio dos pais, aquilo a que estão habituadas e obviamente que vão sofrer”, frisou.As crianças da escola de Mamouros também mostraram a sua preocupação, levando até Viseu uma faixa onde pediam “Não encerrem a nossa escola” e outra onde se podia ler “Somos crianças mas sabemos o que queremos: primeiro as condições, depois as decisões”. »»
 
in:http://www.diarioviseu.pt/11514.htm

terça-feira, junho 29, 2010

Obras. Três milhões de euros gastos em 19 escolas que podem fechar

««« Na lista negra do Ministério da Educação estão várias escolas recém-remodeladas

por Rosa Ramos, Publicado em 29 de Junho de 2010

Esta é uma viagem de norte a sul do país que deve ser feita de calculadora em punho. Se o fecho das 900 escolas básicas até 2011, que a ministra da Educação anunciou no início de Junho, for avante, escolas que foram requalificadas e onde foram investidos milhares de euros nos últimos anos podem ter os dias contados. Só em 19 escolas encontradas pelo i - uma amostra - foram investidos mais de 3 milhões de euros.

Para já, o gabinete de Isabel Alçada diz que ainda não existe lista definitiva das escolas que vão fechar no próximo ano lectivo, por ainda estarem em curso negociações com as autarquias. Mesmo assim, e pegando na lista inicial, não é difícil encontrar casos de escolas recém-remodeladas com ordem para fechar.

No concelho de Castro Verde, por exemplo, estão em risco cinco estabelecimentos - Casável, Entradas, Santa Bárbara de Padrões, Sete e São Marcos da Ataboeira. Escolas onde, entre 2007 e 2009, se gastou um milhão de euros, entre requalificações e melhoramentos. "Foram dotadas de quadros interactivos, espaços polivalentes e de refeição, aquecimento e sofreram obras de remodelação e ampliação", enumera o presidente da câmara, Francisco Caldeira Duarte. As melhorias foram financiadas pela autarquia e "por fundos comunitários, com o aval do Ministério da Educação (ME)". Só na escola de Entradas foram gastos 250 mil euros.

Do Alentejo, segue-se para o distrito de Castelo Branco. Na Sertã, a escola do Carvalhal também aparece na lista negra da tutela. "O fecho já estava previsto, porque a escola só tinha 17 alunos, mas nunca pensámos que a medida fosse avante", admite o presidente da câmara, José Nunes. Mesmo assim, o edifício recebeu obras há quatro anos, que custaram "aproximadamente 50 mil euros".

Mais a norte, em Castro Daire, podem fechar sete escolas - Cêtos, Folgosa, Ester, Reriz, Mamouros, Moledo e Vila Boa. "Mas se se levasse à letra o rácio dos 21 alunos, fechariam mais e só sobravam cerca de dez", garante o presidente da associação de pais do agrupamento de escolas do concelho. No ano passado, escolas como Cabril e Póvoa do Veado foram intervencionadas - apesar de terem menos de 21 alunos. Obras cujo custo "rondou os 150 mil euros", quantifica. Não muito longe, em São Pedro do Sul, parece existir o problema inverso. "Está previsto que fechem duas escolas em 13, mas as do primeiro ciclo não sofrem obras desde os anos 50 e, em algumas, o aquecimento ainda é feito com lareiras e salamandras", critica António Coelho, da associação de pais.

"A confusão do Ministério da Educação [ME] é grande", acusa Rui Martins, da Federação Regional das Associações de Pais de Viseu. "No dia 30 de Março, a proposta do ministério era encerrar cinco escolas e um jardim-de-infância. A 29 de Abril, eram 11 escolas e dois jardins-de-infância. A 19 de Maio já eram oito escolas." Se o rácio proposto pelo ME fosse cumprido, encerrariam, no concelho de Viseu, 23 estabelecimentos. "E a câmara tem modernizado todo o parque escolar, com custos a rondar os 3 milhões de euros", garante Rui Martins. "Este é o panorama da autarquia de Viseu. Basta multiplicar estes valores pelas restantes câmaras para ter uma ideia do esbanjar de dinheiro."

As queixas são consensuais: houve desperdício, sobretudo porque no entender dos autarcas a última decisão do ME passa por cima daquilo que foi homologado, nos últimos anos, nas cartas educativas. "No Baixo Alentejo, e perante a desertificação, o limiar de 11 alunos sempre foi considerado consensual", diz Francisco Caldeira Duarte. »»

in: http://www.ionline.pt/conteudo/66798-obras-tres-milhoes-euros-gastos-em-19-escolas-que-podem-fechar

quarta-feira, junho 23, 2010

Três praias do distrito integram guia turístico

 «« A Turismo Centro de Portugal (TCP) apresentou ontem a edição 2010 do Guia de Praias Fluviais e Oceânicas da região, onde constam, pela primeira vez, três praias fluviais do distrito de Viseu. São elas as praias de São João do Monte, na Serra do Caramulo (Tondela), da Folgosa (Castro Daire) e do Vau (Oliveira de Frades).

O guia contém informação útil acerca das condições naturais e construídas de cada praia, acessibilidades e equipamentos de apoio aos veraneantes. Do mesmo modo permite distribuir fluxos de visita pelo território regional, e dar a conhecer os espaços de água interiores, cujas características naturais, geológicas e paisagísticas possibilitam óptimos momentos de descanso e lazer.

A publicação, que está acessível para descarregamento pela internet e em edição em papel pretende afirmar a região como um destino de referência para o lazer e desportos ligados à água.

"Reafirmamos a propensão para os desportos e destino de Verão que o Centro é", disse Pedro Machado, presidente da TCP, frisando que este guia é uma reedição do lançado em 2009, embora enriquecido e ampliado.

O novo guia, que pode ser descarregado da internet a partir de www.turismodocentro.pt/pdf/guiapraia.pdf, contém informação útil acerca de 65 praias equipadas e preparadas para proporcionar conforto aos utentes.

Ali constam 18 praias com Bandeira Azul, 21 Praias Douradas e 29 Praias Acessíveis, classificadas de acordo com a legislação em vigor. Abarca a área territorial dos quatro pólos de marca turística Centro de Portugal: Coimbra, Viseu/Dão Lafões, Castelo Branco/Naturtejo e Ria de Aveiro. »»
 
in:http://www.diarioviseu.pt/11494.htm

domingo, junho 20, 2010

sexta-feira, junho 18, 2010

José Saramago 1922-2010


“De Deus e da morte não se tem contado senão histórias, e esta é mais uma delas.”
in Intermitencias da Morte

Faleceu um grande escritor, e acima de tudo um grande homem!

terça-feira, junho 15, 2010

Ainda sou do tempo! Educação - Castro Daire

Eu ainda sou do tempo em que ia a pé para a escola...

E ainda sou do tempo em que quase todos tinham transporte menos os de Vitoreira por não serem do PSD....
Que não se voltem a repetir estes erros!

Defendamos a escola para todos, e que todos tenham as mesmas condições de acesso.

Não podemos deixar fechar a escola de Cabril, nem a de Parada, nem a de Ester nem as outras...

E para alem disso exijamos as mesmas condições do resto do país, não nos podemos deixar ser tratados como portugueses de segunda!

Resumindo, exigimos escola em Cabril e com as mesmas condições que todo o país.

Se isto não acontecer defendo, que todos os Cabrilenses, em Cabril ou noutras paragens, independentemente das opiniões partidárias se unam para esta luta.

Caso não nos oiçam, em Cabril todos nos deveríamos recusar a participar em qualquer lista partidária em eleições autárquicas ou outras. Pois se nos retiram tudo, não contem com a nossa colaboração!

segunda-feira, junho 14, 2010

Foi por promessas como esta que votamos PS! 01

»» Enxoval do Bébé

O Município de Castro Daire criou o regulamento denominado de “Enxoval do Bebé” que constava do programa de governação do Executivo Municipal e se traduz na atribuição de um subsídio de 500€ por criança nascida ou adoptada no concelho de Castro Daire

Neste sentido, a Câmara Municipal organizou uma cerimónia para todas as crianças e seus pais, cujas candidaturas foram aprovadas no âmbito deste regulamento.

As 44 crianças contempladas, acompanhadas pelos seus pais e familiares, que quiseram associar-se a esta iniciativa, puderam assistir a um espectáculo especialmente preparado para esta ocasião e que resultou numa iniciativa que envolveu com grande entusiasmo todos os presentes.

Aliado à festa preparada para esta cerimónia, a Autarquia distribuiu ainda a todas as crianças uma pequena lembrança, uma manta de bebé, que assinalou a data e com o seu colorido fez a delícia das crianças. ««

in: http://www.cm-castrodaire.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=329:enxoval-do-bebe&catid=3:noticias&Itemid=171


Força Sr. Fernando, mas não se esqueça das outras "milhentas" promessas para cumprir. Nós cá estaremos para as elogiar, quando as cumprir e criticar quando as esquecer!

Esclarecimento de Sr. Presidente da Camara sobre encerramento das escolas - Educação Castro Daire

"É minha intenção manter abertas todas as escolas em funcionamento para o próximo ano lectivo de 2010/2011,e não medirei esforços nesse sentido"


Ver esclarecimento aqui: http://www.cm-castrodaire.pt/images/stories/pdf/encerram-escolas.pdf

domingo, junho 13, 2010

Viagem às aldeias que não querem ser modernas - Educação Castro Daire

««« Cabril e Ventosa, em Castro Daire e Vouzela, estão na lista das escolas a abater. Porque alguém fez contas decabeça. Por ali há estradas onde não passam carros

01h12m

"No tempo em que não havia desenvolvimento, era escolas em todo o lado". Ela está de negro, num caminho de Sacorelhe onde há que ir porta adentro para deixar passar os carros. Em Sacorelhe já houve desses tempos. Com escola. Hoje, é um lugarejo bucólico da Ventosa, a uns curtos dez minutos de Vouzela, a menos ainda da moderna A25. A escola, essa, morreu.

A canalhada já não corre por ali - a pouca que há vai ao bé-a-bá com "o Carlos da carrinha" até à Ventosa Centro, chamemos-lhe assim. Até ver. Ali, a escolinha brilha do fresco das obras que lhe acrescentaram pavilhão e refeitório. Com cozinha e tudo. Para nada. Os almoços só ali foram feitos uns meses. Agora vêm de fora. Até ver. Porque dali, dobrado o Verão, terão saído seis meninos para o ciclo e entrado quatro do jardim-de-infância. Serão 16. Menos do que os 21 que o Ministério da Educação definiu, de repente, como limite para uma primária ter direito a risos de criança.

Célia Dias tem um abaixo-assinado numa mão e a mão de Rui na outra. A avó de Carolina também acena com o papel, ao balcão do Santo António. O palavreado será caro, uma obscura previsão de criar mega-escolas em Vouzela e meter no mesmo saco miúdos e graúdos. E fechar salas concelho fora. É o protesto possível quando as contas do Governo acabam com 12 das 18 escolas de Vouzela. Na Câmara, Sofia Martinho esgrime argumentos contra, fala da Carta Educativa homologada pelo Ministério e lembra que o financiamento para construir centros escolares com melhores condições ainda não está todo aprovado. Há dois a caminho, faltam três para espalhar por Vouzela e poder fechar as escolas, garante a técnica de Educação. "Para quê transportar crianças se não se lhes dá melhores condições?" Brandimos o argumento ministerial: separar as aulas dos quatro anos do 1º ciclo, que, país fora, ainda são dadas por atacado. "Tenho dúvidas: "Os nossos melhores alunos são de escolas de sala única". Está dito.

Eduardo é um deles. Corre no largo da Ventosa, com Carolina. Ambos da 3ª classe, como Rui. Carolina fica meia triste se a escola fechar. São muitos anos, a pré-primária ali, a lembrança de quando encontrava "caganitas de rato" na carteira. Hoje não, que aquilo cintila. Eduardo só sorri. Ir para a escola em Vouzela é "mau". Pronto. Rui abre-se algo mais. Gosta de aprender ali, a 50 metros de casa.

E eles são dos grandes. O problema será dos mais pequenos. Ana, mãe da Carolina, foi auxiliar no jardim-de-infância até há meses. Lembra-se do choro dos miúdos que iam para a 1ª classe e iam comer ao infantário porque era ali que se sentiam seguros. "A passagem para a primária é um choque grande para eles". E será, apesar da curta distância, desumano. Porque se Rui e Eduardo e Carolina vivem na Ventosa Centro, outros 15 são de Sacorelhe e sítios mais perdidos, onde são apanhados pelo "Carlos da carrinha", não raro à margem da estrada, depois de caminhos onde não cabem rodados. Hoje, são deixados na escolinha. Ela fechando, terão de se levantar antes das galinhas para se enfiar, à sorte deles, na carreira.

E não, a vila não é nada longe. Fosse essa a distância de Cabril a Castro Daire e os ânimos andariam mais serenos por aquela freguesia remota encostada a Arouca. Anteontem, ali, não havia escola. Era dia de passeio, os 14 meninos da escola florida com campo da bola da largura de uma baliza, foram até Ílhavo. No silêncio da fria morrinha, os seixos brancos a dizer Cabril soam tristes no edifício que, assim vazio, deixa antever o futuro.
Joaquina Paiva despacha almoços no Cantinho de Cabril, à medida do conduto que haverá no talho da porta do lado. Hoje, só para clientes adultos. Os outros, lá está, foram para Ílhavo. Menu escolar pendurado frente aos olhos, descasca batatas lamentando que, quando as crianças se forem, ninguém lhes haverá de levar a sopa à boca. E Joaquina perderá aquele arredondamento de fim de mês e Gaspar Duarte, dono do Cantinho, o pouquito que ganha com as refeições escolares. Mas nem será isso que os incomoda. É o vazio que se anuncia. "Tiram-nos as crianças, tiram-nos tudo".

Por ora, nos fins de tarde, fazem companhia à terra, 17 km de freguesia de ponta a ponta. No futuro, diz Francina, avó de Marta, lágrima no olho, erguerão às seis da manhã para a carreira e só voltarão a ser ouvidos pelas sete da tarde. Como os grandes dali. Enquanto os pais não desistirem. Os filhos de Jorge Teles são pais que foram com os filhos. A aldeia silencia-se, já tem lugarejos fantasmas. Jorge lembra-se de quando era professor e corriam por ali mais de 120 putos. E havia telescola. Desenvolvimento no tempo sem ele. O de hoje não é para ali chamado. A Internet de meio mega ameaça não passar disso, sem escola não há investimento da PT.
"Até nisso somos prejudicados". José Gonçalves preside à Junta. E tem a garantia da autarquia que a escola não se vai, porque não há centros escolares prontos. Sem certezas. A única é a de que está tudo do avesso no país: Alvarenga, ali a dez minutos, tem escolas e gente e tudo. Mas fica noutro concelho, noutro distrito, noutra região de Educação, a anos-luz de Cabril. "São mais abertas as fronteiras entre países do que entre municípios dentro do país", resume António Luís, director do Agrupamento de Escolas de Castro Daire e com um olhar sem véus sobre a rede de escolas. Sim, muitas devem fechar. Não, não devem fechar se não se oferecer nada às crianças além de estradas às curvas. Sim, o fecho é economicista. Não, o Ministério não respeita o que é pensado pelas escolas e pelas autarquias. Sim, Cabril está na lista negra. "É uma sentença de morte para a freguesia" - José Gonçalves despede-se, emoldurado pelas alminhas da praça. "Com Deus eu vou e volto".

in: http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Nacional/Interior.aspx?content_id=1592142

sexta-feira, junho 11, 2010

Liga dos ultimos - Alvarenga / Arouca

Ver video aqui : http://www.youtube.com/watch?v=JbWRYSW-UOc

Lê-se por ai! 02

Pepetela, Prémio Camões 1997



“Falo de um amor e de uma transgressão.

Quem sabe, talvez a transgressão nunca fosse possível. Mas a granada existiu, essa granada que traçou no ar espantado do planalto a figura da mulher amada.

Mas uma granada, mesmo com tal magia, pode materializar um mundo?”

quarta-feira, junho 09, 2010

Escolas só fecham quando houver centros escolares - Educação Castro Daire

2010-06-04

TERESA CARDOSO

«« A Câmara Municipal de Castro Daire (CMCD) não aceita fechar, no próximo ano lectivo, qualquer das 21 escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico (CEB) a funcionar no concelho.

"Não medirei esforços nesse sentido", promete o autarca Fernando Carneiro, numa reacção a notícias que dão conta do encerramento, já no próximo ano lectivo, no concelho de Castro Daire, de todas as escolas do 1º CEB que tenham menos de 20 alunos.

O autarca socialista justifica a posição de força, contrária à avançada pelo Governo, com o facto de a Câmara estar ainda a analisar as candidaturas para a construção dos quatro centros escolares contemplados na Carta Educativa.
"Face a esta realidade, a reestruturação da nova rede escolar do município de Castro Daire será realizada nessa altura, não fazendo sentido operar uma reestruturação por um período de apenas um ano lectivo, quando se prevê a abertura dos centros escolares para 2011/2012", justifica Fernando Carneiro.

O presidente da autarquia afirma ter dado já conhecimento da sua posição, e do executivo que dirige, à responsável pela Direcção Regional de Educação do Centro (DREC).

Castro Daire conta ainda com uma rede pré-escolar que inclui 18 jardins de infância e cinco pólos de itinerância da rede pública. Acrescem, ainda, unidades geridas por instituições particulares de solidariedade social.

Castro Daire, Cinfães, Lamego, S. Pedro do Sul e Vouzela são municípios que poderão, segundo o Sindicato dos Professores da Região Centro, ficar reduzidos à escola da sede do concelho.


in:http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Viseu&Concelho=Castro%20Daire&Option=Interior&content_id=1585311

terça-feira, junho 08, 2010

Ha quem diga por ai! 74 / Educação - Castro Daire

«Em Cabril, concelho de Castro Daire, há crianças de seis anos que têm de se levantar às 06:30 da manhã, para apanhar o autocarro meia hora depois, passando fora de casa 12 horas»

in: http://www.tvi24.iol.pt/

«« A Federação Regional das Associações de Pais de Viseu apelou ao Ministério da Educação para que suspenda o encerramento de escolas com menos de 21 alunos, sob pena de estar a condenar povoações inteiras à desertificação.

«Apelamos ao Ministério da Educação que suspenda, quer o encerramento das escolas, quer a constituição dos mega-agrupamentos», sublinhou a presidente da Federação Regional das Associações de Pais de Viseu, Maria José Viseu.
A ministra da Educação afirmou, na passada terça feira, que mais de 900 escolas básicas com menos de 21 alunos poderão encerrar, abrangendo um universo máximo de 15 mil crianças.
Em declarações à Agência Lusa, a representante dos pais sustentou que «enquanto não houver uma estabilidade em termos educativos, não se deve partir para estes encerramentos, nem para a formação de mega-agrupamentos de 2500 ou 3000 alunos».
«Nesta altura há uma enorme ansiedade e angústia por parte dos pais, que não sabem para onde os filhos irão. Muitos vão matricular os filhos em escolas que, eventualmente, em Setembro poderão estar encerradas», acrescentou.
Maria José Viseu informou que no distrito de Viseu estão em risco de fecho «mais de 100 escolas».

«Isto para nós é extremamente preocupante, principalmente quando ouvimos a intervenção do primeiro-ministro na Assembleia da República a referir que esta é uma medida economicista, que faz parte do PEC», sustentou.
Para a presidente da Federação, «não está a ser tido em consideração o interesse das crianças e o que é verdadeiramente importante para elas e para as famílias».

«Em Cabril, concelho de Castro Daire, há crianças de seis anos que têm de se levantar às 06:30 da manhã, para apanhar o autocarro meia hora depois, passando fora de casa 12 horas», contou.

As crianças «levantam-se cedo e daqui por uns anos vão ser especialistas em geografia de Portugal. Já nascem em ambulâncias a caminho dos hospitais e passam o dia em autocarros percorrendo concelhos inteiros», ironizou.  »»

Vergonhoso!

Como é que um povo que se une no apoio a uma equipa de futebol não é capaz de se unir contra uma vergonha destas?

Video aqui: http://www.tvi24.iol.pt/artmedia.html?id=1168240&tipo=2


«« Repórter TVI: o maior aterro nacional em «O estado do crime»


Fica em São Pedro da Cova (Gondomar) e pertence ao Estado. Uma reportagem de Rui Aráujo, Rui Pereira e Carlos Lopes

Por: Redacção
07-06-2010 21: 37

É uma história assustadora e surpreendente: os resíduos do maior aterro clandestino do país são perigosos e pertencem ao estado português. A história começa com a privatização da Siderurgia Nacional, na Maia, em finais de 1995 e prolonga-se até aos dias de hoje.

No Repórter TVI desta segunda-feira vamos mostrar esse aterro, que fica em São Pedro da Cova (Gondomar). Mais de trezentas e vinte mil toneladas de resíduos tóxicos, do estado português, que foram ali ilegalmente despejadas.
Cinco meses de investigação permitiram à TVI descobrir os meandros de uma operação polémica, que não se resume a um crime ambiental particularmente grave.
O esquema foi montado por uma empresa pública e um consórcio privado - que entretanto desapareceu - não só penalizou os interesses do estado como pode indiciar fraude fiscal, lavagem de dinheiro e corrupção de políticos eleitos e gestores públicos e privados. É por isso que o caso está ser investigado pelas autoridades.
«O estado do crime» é uma reportagem de Rui Aráujo, Rui Pereira e Carlos Lopes, que foi emitida esta segunda-feira, na TVI, logo a seguir ao Jornal Nacional.  »»

in: http://www.tvi24.iol.pt/ambiente/reporter-tvi-o-estado-do-crime-aterro-tvi24-rui-araujo/1168240-4070.html